Orestes Carossi Filho
Após 20 anos, o Jornal Correio de Itapetininga entrará em nova fase 100% digital. Fortalecido nesse período pelas tiragens impressas, se tornou um dos veículos de comunicação mais importantes do interior paulista. Com as redes sociais cada vez mais perto das pessoas, as reportagens junto ao site de notícia do Correio multiplicaram-se na última década nas comunidades virtuais.
Dois fatos fundamentais, conforme especialistas, aceleraram a opção dos jornais na área digital. O primeiro, óbvio, foi o avanço da internet na vida das pessoas. De acordo com o Relatório Digital 2024, os brasileiros passam em média 9 horas e 13 minutos online por dia. Isso coloca o Brasil em segundo lugar no ranking mundial, atrás apenas da África do Sul. Como consequência, exige a notícia em tempo real cada vez mais próxima do fato ocorrido.
Em segundo lugar, em decorrência da Covid -19, com as medidas sanitárias que incluíram o isolamento social, os leitores migraram para a internet. O acesso da notícia pelas bancas foi seriamente afetado. Quem foi atrás dos fatos na internet encontrou e se adaptou. Percebeu a comodidade no consumo da informação. Tudo rápido, na palma da mão a qualquer hora do dia.
Desde a edição zero, em março de 2005, o Jornal Correio de Itapetininga foi marcante na vida política e cultural da cidade. Com reportagens aprofundadas, o veículo trouxe à tona diversos problemas que alteraram a direção dos fatos e sempre contribuiu para o desenvolvimento do município e para a cidadania. Por isso, continuará com informação de qualidade, imparcial e independente. Justamente uma imprensa livre é capaz de frear abusos e desvios. O jornal sempre se manteve vigilante em quem ocupa o poder e dita as ordens.
Nesse sentido, como espaço de debate da sociedade, o Jornal Correio persistirá, como sempre fez nestas duas décadas, contra a escandalosa desigualdade social do município. Além disso, a reportagem continuará a apontar os reflexos negativos da baixa industrialização da cidade. Entra prefeito e sai prefeito, todos apostam em uma só moeda para crescer: agropecuária, apesar do baixo salário e do número reduzido de funcionários da área agrícola. O setor deve ser relevante. Mas, não, o único. As fábricas possuem melhores salários e mais postos de trabalho.
Da mesma forma, o ensino superior gratuito patina nos últimos anos. Tanto o governo municipal como representantes da Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional se recusam a solicitar ampliação da Fatec, IFSP e a vinda de novos campus universitários para a cidade. Com isso, negam um futuro promissor aos jovens, mantém a economia estagnada e o Produto Interno Bruno (PIB) permanece sempre no mesmo patamar.
Desconhecem que cidades como Campinas e São José dos Campos tiveram como fortes indutores de desenvolvimento a Unicamp e o ITA, respectivamente. Resultado disso: os jovens deixam a cidade em busca de emprego e não retornam mais, devido à indisponibilidade de vagas nas indústrias. O fato se repete com estudantes que saem do município em busca de universidade e dificilmente regressam para exercer sua profissão.
Adicionalmente, o veículo mantém acesa a necessidade do equilíbrio do meio ambiente, a ampliação das áreas verdes, manutenção das nascentes e rio e o plantio de árvores. Isso permanecerá ainda mais forte. Entretanto, no segundo andar do Paço Municipal, o desequilíbrio climático não faz parte da pauta das prioridades do governo. Basta ver o número de árvores plantadas anualmente. Não supera a faixa de 2 mil por ano.
Por fim, ainda mais do que no passado, o Jornal Correio irá conquistar novos limites e fronteiras, atingir novos leitores e se tornará mais presente na sociedade. Porém, com maior agilidade. O portal será o endereço da informação correta e detalhada. Quem acessar não lerá conteúdo falso ou intencionalmente enganoso. A disseminação de notícias falsas visam, exclusivamente, a manipulação política e ganhos financeiros fraudulentos, um dos maiores obstáculos da atualidade no mundo. Bem-vindo ao futuro.
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