Eventos undergrounds conquistam públicos na cidade

Em Itapetininga, um movimento artístico underground se esforça para manter viva a chama da música e da cultura alternativa. Diversas casas de shows e até mesmo instituições, ajudam artistas locais que buscam promover suas expressões de forma mais criativa, seja através da música, pintura, teatro ou dança. Os “rolês” alternativos estão caindo no gosto dos itapetininganos das mais diversas idades.

Encabeçado por figuras como a musicista, produtora de eventos e sócia proprietária de uma casa de shows, Daphane Nadine, o movimento tem como objetivo uma forma de expressão libertadora.

“Sou de Itapetininga, mas comecei minha educação musical em um projeto público em Itaí. Quando voltei para cá, não havia recursos ou projetos acessíveis. Estudei sozinha, aprendendo de forma autodidata a tocar bateria, violão e guitarra”, compartilha Daphane. Depois de anos tocando músicas covers, ela decidiu criar sua própria identidade musical e formou a banda “Casa de Sal” com seus amigos Raoni Fortunato e Gabriel Wiltemburg. “Minhas influências são variadas, mas a banda brasiliense Scalene teve um impacto significativo, mostrando como o rock em português pode ser poderoso”, acrescenta.

Segundo ela, a cena musical de Itapetininga enfrenta desafios significativos, com poucas bandas surgindo e escassez de locais para apresentações. “Os maiores desafios são os lugares para se apresentar. É difícil propagar nossa música e cultura underground sem esses espaços”, diz a musicista. No entanto, a satisfação de fazer parte desse universo e ver qualquer avanço é imensa. “A maior motivação para abrir minha própria casa de shows foi exatamente a falta de lugares para eventos culturais na cidade. Queríamos criar um ambiente seguro e aberto para a música e a arte.”

A casa de shows é um local de encontro para todos os tipos de eventos musicais, atraindo bandas e músicos de diversos estados com produções autorais. “Nosso objetivo é criar eventos acessíveis e beneficentes, ajudando instituições e promovendo uma rede de apoio que impacta positivamente a comunidade”, explica.

Nadine enfatiza a necessidade de mais investimento público na educação musical. “Gostaria de ver projetos sociais que tornem a educação musical acessível, especialmente para crianças e adolescentes. Sem incentivo, o futuro da música é incerto”, lamenta. Ela também destaca a falta de apoio e aceitação para o diferente. “Nossa existência e resistência já são uma vitória”.

Conciliar a gestão da casa de shows com os projetos da banda não é fácil. “A casa de shows é nossa prioridade, mas continuamos dedicados à banda. Estamos preparando um novo EP e esperamos sair em turnê em breve”, revela.

Mas, de acordo com a produtora, desafiar a cultura tradicional é uma luta constante. “Tudo que é diferente é muitas vezes mal visto, mas seguimos promovendo a música autoral e a cultura underground. Amo Itapetininga e a cultura do interior. Tudo isso influencia nossa identidade musical”, conclui Daphane.

O post Eventos undergrounds conquistam públicos na cidade apareceu primeiro em Correio de Itapetininga.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.