Preço das refeições por quilo em Itapetininga chega a quase R$ 70

O preço das refeições fora de casa tem pressionado o orçamento das famílias de Itapetininga. Para alguns consumidores, comer fora não é uma escolha de lazer, mas uma necessidade imposta pela rotina. Nesta semana, o Jornal Correio visitou restaurantes da cidade para levantar o custo aproximado de quanto você vai gastar para comer fora.

O preço médio de um self-service no município é de R$ 68,94, com variações que vão de R$ 48,90 a R$ 79,90. Considerando que uma pessoa adulta consome em média 400 gramas, isso significa que, com o valor do quilo atual em Itapetininga, ela irá gastar aproximadamente R$ 28 por refeição. Esse cenário tem levado muitos a reconsiderar a frequência com que almoçam fora.

De acordo com o economista Márcio Aleixo, o aumento no preço das refeições, somado ao recente reajuste no gás de cozinha, tem feito com que as pessoas busquem alternativas mais econômicas. “Sem dúvida nenhuma, ao observar que está cada vez mais caro se alimentar fora, o consumidor acaba fazendo menos refeições em restaurantes ou buscando opções mais baratas, como lanches e salgados”, comenta Aleixo.

Além disso, uma das alternativas que muitos consumidores têm adotado para driblar os altos preços é preparar e levar marmita de casa, ou até mesmo comprar marmitas prontas, que podem ser uma opção mais em conta. Aleixo destaca que a criatividade do brasileiro diante de crises econômicas tem se mostrado evidente. “O brasileiro tem a tendência de se adaptar e encontrar soluções inteligentes, mesmo que seja por necessidade. Isso reflete na mudança de hábitos, como cozinhar em casa ou buscar locais com promoções”, afirma.

Ana Paula, de 28 anos, enfrenta essa realidade diariamente. Morando longe de casa, a secretária precisa almoçar fora por conta da rotina de trabalho.

“Eu almoço fora quatro dias por semana porque moro longe do trabalho e tenho só uma hora de almoço, então não tenho tempo de ir para casa e por isso acabo comendo fora. É um custo que eu não gostaria de ter, mas não tenho o que fazer, nos outros dias trago lanche de casa, mas é difícil porque não tenho tempo de fazer”, explica.

Ela conta que atualmente gasta no mínimo R$ 125 por semana apenas com o almoço. “Eu sempre almoço em restantes mais baratos, mesmo assim isso acaba sendo um gasto bem grande para mim no final do mês, já que é quase um terço do meu salário”.

Já Luciana Tavares, de 35 anos, mãe de quatro filhos, optou por outra estratégia para lidar com os preços altos. “Antes, com a correria do trabalho e da família, comer fora era a saída mais prática, mas agora se tornou inviável”, conta.

Para driblar os custos, ela relata que passou a cozinhar mais em casa. “Além de economizar, é um momento que eu tenho para relaxar e também escolher ingredientes mais saudáveis para as crianças”.

Márcio Aleixo alerta que os consumidores devem estar preparados para mais aumentos em breve. “Gostaríamos que os aumentos dessem uma trégua, mas infelizmente, ao que tudo indica, a pressão inflacionária deve continuar”, afirma o economista, acrescentando que a política de juros pode ser influenciada pela troca de comando no Banco Central, criando mais incertezas sobre o controle da inflação.

Para os restaurantes, a solução, segundo Aleixo, é buscar alternativas para manter os clientes. “Os estabelecimentos podem oferecer opções mais baratas, negociar melhores condições com fornecedores e tentar minimizar o impacto no preço para não afastar a clientela”, sugere.

Enquanto isso, em São Paulo, os preços das refeições por quilo continuam a subir. Um levantamento do Procon-SP, em parceria com o Dieese, mostrou que o preço médio dos restaurantes self-service na capital paulista chegou a R$ 82,22, um aumento de 2,22% entre fevereiro e junho de 2024. Desde 2020, a alta acumulada já atinge 43,5%.

Segundo o Procon, os preços de refeições fora de casa em São Paulo têm subido mais do que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que registrou alta de 31,03% no mesmo período.

 

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