O preço de alimentos básicos, como arroz e feijão, disparou nos últimos meses e tem comprometido o orçamento de famílias da cidade. A alta acompanha o cenário nacional: segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor do conjunto dos alimentos básicos aumentou em 15 das 17 capitais onde órgão realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.
Entre os alimentos que tiveram alta, está o feijão carioca (+1,8%). Já o arroz branco agulhinha, apesar de ter tido leve recuo no preço médio nacional (-3,62%), segue caro nos supermercados locais e quem faz compra todo mês sabe o quanto isso pesa.
Nesta semana, o Correio visitou pequenos, médios e grandes estabelecimentos de Itapetininga para conferir os preços de dois itens comuns na mesa dos brasileiros: arroz e feijão. A pesquisa apontou que o pacote de 5 kg de arroz agulhinha custa entre R$ 18,77 e R$ 39,59 — uma diferença de mais de 110%, dependendo da marca e do ponto de venda. Já o quilo do feijão carioquinha varia de R$ 4,29 a R$ 9,49, o que representa uma diferença de 121%.
Com a renda estagnada e o custo de vida em alta, consumidores têm reduzido a quantidade de itens na sacola. A auxiliar de limpeza Maria de Lourdes, de 56 anos, diz que não consegue mais fazer a compra do mês como antigamente. “O que eu ganho não aumentou, mas o preço de tudo subiu. Não dá pra comprar tudo o que a gente precisa, às vezes é só arroz e feijão, o resto fica pra depois. Sem arroz e feijão não dá pra ficar, agora carne é só quando sobra dinheiro”, relata.
A pesquisa do Correio acompanha a tendência apontada pelo Dieese, que apontou aumento de preço em oito dos 13 itens da cesta básica no mês passado.
Com a inflação alimentícia em alta, o motorista de aplicativo, Anderson, diz que está difícil manter o básico. “O dinheiro não rende como antes. O preço do combustível subiu, o preço da comida subiu. Na minha casa, a gente já não compra o que comprava antes, não tem mais aquela fartura de antigamente. Tem que se virar e comprar o que dá.”
Assim como outros consumidores, a cabeleireira Fátima tenta economizar onde pode, mas a conta não fecha. “Tem lugar que o arroz está mais barato, mas o feijão está mais caro. No fim, dá na mesma. A gente tenta economizar, mas acaba gastando em outras coisas. Eu vou no mercado e levo um susto. Faço conta, procuro o mais barato e, mesmo assim, o dinheiro não dá. Já deixei de comprar mistura pra conseguir levar o básico”, conta.
Mãe de cinco filhos, Fátima afirma que passou a comparar preços, trocar marcas e reduzir a quantidade de itens, mas, ainda assim, sente o peso no bolso. “A gente vai se virando, trocando marca, comprando menos. Mas tá difícil, principalmente pra quem tem muita boca pra alimentar”, desabafa.
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