Construção civil lidera entre MEIs em Itapetininga e reflete novo perfil de empreendedorismo

O setor da construção civil se destaca como a principal atividade entre os Microempreendedores Individuais (MEIs) em Itapetininga. De acordo com um levantamento do Sebrae-SP, baseado em dados da Receita Federal, a cidade conta com 923 MEIs cadastrados na atividade de obras de alvenaria, representando aproximadamente 6,83% do total de 13.516 MEIs ativos no município.

Além da construção civil, outros segmentos também movimentam a economia local. O setor de salões de beleza, barbearias, manicures e pedicures, ocupa a segunda posição, com 833 MEIs cadastrados. O comércio varejista de vestuário e acessórios aparece em terceiro lugar, com 694 MEIs, impulsionado pelo mercado de moda e pela presença de vendedores autônomos. Em seguida, o transporte rodoviário de carga, com 673 MEIs, e o setor de promoção de vendas, com 514 MEIs ativos, completam o Top 5 das principais atividades empreendedoras da cidade.

O crescimento do número de MEIs em Itapetininga reflete um movimento de transformação no mercado de trabalho, especialmente no setor da construção civil. Segundo Eduardo Mantovani, consultor de negócios do Sebrae-SP, essa expansão não necessariamente indica um aumento da demanda por obras, mas sim uma reconfiguração do perfil dos profissionais da área. “Muitos trabalhadores que antes estavam vinculados a construtoras têm migrado para o modelo MEI em busca de mais autonomia e flexibilidade. Isso permite que eles tenham maior controle sobre seus ganhos e consigam atuar em diferentes projetos”, explica Mantovani.

Outro fator que impulsiona essa mudança é a estratégia adotada por coordenadores de equipes na construção civil. “Em momentos de intervalo no cronograma das obras, alguns profissionais optam por atuar de forma independente para complementar a renda. Com o tempo, eles percebem novas oportunidades e acabam formando suas próprias equipes”, acrescenta o consultor.

Com essa nova dinâmica, surge também a necessidade de que esses profissionais adotem uma mentalidade empreendedora. “Ao se tornarem autônomos, eles precisam se planejar financeiramente, já que deixam de contar com benefícios como 13º salário, férias remuneradas e outros direitos da CLT. Ter uma reserva técnica e uma boa gestão financeira é fundamental para garantir a sustentabilidade do negócio”, alerta Mantovani.

Apesar dos desafios, o setor segue com oportunidades, especialmente na área de manutenção. “O que temos observado é um crescimento na demanda por serviços de reparos e melhorias em construções já finalizadas, principalmente após dois ou três anos da entrega dos imóveis”, conclui o consultor.

O cenário atual reforça a resiliência e a capacidade de adaptação dos profissionais de Itapetininga. Com planejamento e visão estratégica, o modelo de trabalho independente pode se consolidar como uma alternativa sustentável para muitos trabalhadores, contribuindo para o fortalecimento do empreendedorismo local.

Fonte: Sebrae Sorocaba

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