Depois de quatorze anos, um experiente ator da cena teatral itapetiningana retornou aos tablados, Rogério Sardela, com a peça “Agora Eu Tô Solteiro” de sua autoria. A comédia é dirigida pelo amigo e diretor Fábio Jurera. Sardela e Jurera se conheceram em 1994 no grupo Ciranda da Lua. Esta montagem é a segunda parceria da dupla – a primeira foi “Uma Empregada Fora de Órbita”. Sardela comenta que está muito feliz com a recepção do público e planeja novas apresentações no Clube Recreativo nos próximos dias 31 de maio e 1º de junho.
Sardela conta que a ideia da montagem surgiu no final do mês de março. Ele conta que convidou o diretor do grupo “X do Drama” para uma remontagem do monólogo “Revelações de um Cinquentão”, apresentado em 2010 no Centro Cultural e Histórico.
O monólogo escrito por Sardela “retratada de forma bem-humorada”, segundo o dramaturgo, etapas de um relacionamento amoroso, desde o namoro até a separação. Os ensaios começaram em abril, com um novo título “Agora Eu Tô Solteiro”, inspirado no texto original. Uma das mudanças significativas no enredo foi a introdução de uma nova personagem, Rosinha, interpretada pela atriz Silvana Rodrigues Magalhães com quem Sardela trabalhou na montagem “A Mulher que Casou 18 Vezes – Parte II – O Convento”, de 1997. Ele explica que a ideia foi do diretor.
“Agora Eu Tô Solteiro” tem duração de trinta minutos. Sardela entende que este tempo de trabalho dá a montagem “um ritmo gostoso e leve”. E reflete sobre o comportamento das plateias atuais. “As gerações de hoje se interessam mais pelo celular e a forma de apresentar teatro também tem de acompanhar. Eu não diria nem evolução, mas revolução. A correria do dia a dia, do imediatismo, isso faz com que as pessoas não tenham paciência para assistir espetáculos longos. As próprias novelas estão aí para comprovar. A percepção que tenho é que tudo precisa ser rápido, assim como é o deslizar dos dedos na tela do celular”, explica.
Sardela fez um retrospecto de sua carreira como ator e dramaturgo. Ele explica que a leitura foi fundamental para sua formação. “Desde criança, por volta de nove ou dez anos, era frequentador assíduo da biblioteca pública”. Outra paixão eram as telenovelas. Na adolescência costumava criar HQs e ser leitor assíduo dos principais jornais de São Paulo. Devido sua paixão pela escrita, trabalhou em vários veículos da imprensa itapetiningana.
Em 1990, participou da “Paixão de Cristo”, comandada por Balint. Três anos depois, ingressou na companhia Ciranda da Lua, dirigida por Maurício Lima Oliveira. “Os grupos Arco-íris e Ciranda da Lua abriram caminhos e movimentaram muito o cenário teatral de Itapetininga, para que pudéssemos chegar aos dias atuais”, elogia.
Em 1995, Sardela optou em ter meu próprio grupo, Corpo & Alma, produzindo algumas peças em parceria com a companhia Essência Mutante, do Jorge Barros. Depois das apresentações de “Revelações de um Cinquentão” ficou afastado dos palcos. “Estava prestes a estrear, quando veio a pandemia e o projeto acabou não acontecendo. Depois, fiz intervenções esporádicas com a personagem Castrofina em outros grupos, como no Detrás do Pano, na peça ‘O Filho Ingrato’”, comenta.
Em 2023, fez cursos de teatro, buscando ampliar seus conhecimentos “e conhecer novos talentos dessa geração”, comenta. Animado, Sardela faz planos para o futuro. Diz que pretende voltar a escrever novas peças e espera novas remontagens de seus antigos textos. “Também tenho vontade de atuar em um drama. Há algo que ainda almejo encenar: “Dois Perdidos Numa Noite Suja”, de Plínio Marcos, conclui.
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