Quatro atletas de Itapetininga foram classificados para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Sumô, que será disputado na Tailândia nos próximos meses. A equipe é treinada pelo sensei Frank Marques, professor de judô e sumô na cidade, que há anos trabalha na formação de atletas nas modalidades no município.
Os convocados são Paulo César Jr., professor de judô e estudante, considerado o mais experiente do grupo e líder técnico dos treinos. Rebeka Sakashita, professora e estudante, que mesmo na categoria júnior se classificou entre os adultos. Lucas Shinhe, estudante e o mais novo da equipe, com apenas 17 anos e Ana Beatriz Oliveira, também estudante. Todos iniciaram no judô antes de migrarem para o sumô, o que, segundo o treinador, contribuiu para uma base sólida de disciplina, respeito e condicionamento físico.
Desde a confirmação da participação no mundial, a rotina de treinos foi intensificada, bem como o preparo emocional. Os treinos começam com sessões de mokuso (meditação) e os atletas são incentivados a manter acompanhamento psicológico.
Para os estudantes, a conciliação entre treinos e estudos é tratada como prioridade. “Temos um pacto: a escola vem primeiro. Faltas e notas baixas resultam em suspensão dos treinos. Nosso mestre, sensei Sakashita, sempre disse que o conhecimento é o primeiro ‘kuzushi’, o primeiro desequilíbrio para vencer na vida”, explicou Frank.
Um dos maiores desafios da equipe é o financiamento da viagem. Os custos com passagens, inscrições e hospedagem giram em torno de R$ 60 mil. Para arrecadar os recursos, os atletas e familiares têm promovido rifas, almoços beneficentes, vaquinhas online e bingos. Algumas empresas locais apoiaram a causa e, de acordo com o professor, a prefeitura tem colaborado com transporte para competições regionais, mas o grupo ainda busca patrocinadores. “Muitas empresas ainda não veem o sumô como esporte de marketing. Mas queremos parceiros que acreditem no potencial social desses jovens”, disse o treinador.
O destaque da equipe tem atraído novos praticantes ao dojô da cidade, instalado no Ginásio de Esportes Ayrton Senna da Silva, o Fernandão. Segundo Frank, o número de alunos aumentou significativamente após a classificação para o mundial. Os treinos são gratuitos e abertos a pessoas de qualquer idade ou biótipo, desde que tenham disciplina e respeito.
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