A Igreja Nossa Senhora do Rosário, localizada no centro de Itapetininga, completa um ano de interdição sem previsão de reabertura. Desde maio de 2024, tanto o templo quanto a Rua Venâncio Aires, em frente à igreja, permanecem bloqueados. A decisão foi tomada por medidas de segurança pela Diocese, responsável pelo prédio, após a queda de algumas pedras da torre.
Não há risco de queda
Apesar da interdição, tanto um laudo técnico de um arquiteto quanto uma recente avaliação de um especialista em taipa de pilão – técnica construtiva utilizada no prédio – descartaram risco de desabamento. “Ali não é necessária uma reforma, e sim uma restauração, que não é barata e nem simples”, explica o padre Élcio Góes, pároco responsável.
Segundo ele, o imóvel, erguido em 1873, exige cuidados específicos e em 2019, foi feito um orçamento que chegava a quase R$ 4 milhões. “Hoje, esse valor deve ser ainda maior, e nós não temos recursos para isso”, aponta.
Tombamento ainda está em estudo
Apesar da importância histórica e cultural, outro ponto que dificulta o acesso a verbas públicas é o fato de a igreja não ser tombada. “Esse processo é demorado e complicado, porque a igreja já sofreu muitas mudanças ao longo dos anos e não está mais no projeto original, o que torna mais difícil o tombamento”, explica o padre Élcio.
A intenção, segundo ele, é tentar o tombamento primeiro na esfera municipal, por ser mais acessível, e depois no âmbito estadual. No entanto, as conversas ainda estão em andamento, sem definições.
Enquanto o tombamento não acontece, a responsabilidade pela manutenção e conservação do prédio continua sendo exclusiva da Diocese. “O poder público pode nos ajudar, mas para isso seria necessário o tombamento. Sem isso, o prédio segue sendo totalmente responsabilidade da Igreja Católica”, reforça.
Ações emergenciais previstas
Como o restauro completo ainda não é viável financeiramente, a Diocese planeja intervenções emergenciais para conter os problemas mais críticos. “Queremos fazer as questões preventivas: na torre, nos forros laterais onde está entrando pomba e na parte onde o reboco está caindo. Já estamos conversando com uma empresa para fazer essas fases emergenciais”, afirma o pároco.
O objetivo é tentar reabrir a igreja para os fiéis o quanto antes, mesmo que de forma parcial. “Nesta semana terei uma reunião com algumas pessoas que querem nos ajudar. Estamos buscando caminhos”, adianta.
Desde a interdição, todas as celebrações antes realizadas na Igreja do Rosário foram transferidas para a Catedral Nossa Senhora dos Prazeres. O padre lembra que os problemas estruturais no templo são antigos. “Isso tudo não é de agora, já vem de anos”.
Já na Rua Venâncio Ayres, o padre diz que a prefeitura estuda a possibilidade de aumentar o bloqueio ou criar desvios. “Já tivemos conversas com a prefeitura porque o movimento ali é muito intenso, existe o interesse, mas esses processos também demoram”.
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O post Igreja do Rosário segue interditada há um ano; Diocese planeja ações emergenciais apareceu primeiro em Correio de Itapetininga.