Ponte dos Tropeiros é inaugurada em Itapetininga

Após permanecer fechada por quase duas décadas devido à deterioração, a Ponte dos Tropeiros no bairro Porto Velho, área rural de Itapetininga, foi reaberta neste sábado (08).

Conhecida anteriormente como “Ponte do Registro do Ouro”, este marco histórico de Itapetininga teve grande importância nos séculos XVI e XVII, sendo uma das principais rotas para o escoamento de ouro extraído dos rios São José e Paranapanema, e desempenhando um papel crucial no desenvolvimento socioeconômico do Tropeirismo.

A revitalização completa da Ponte dos Tropeiros, que tem 72 metros de extensão, beneficia diretamente cerca de 10 mil moradores dos bairros Porto Velho, Cercadinho, Viracopos, Bairro das Antas, Fazendinha, Várzea e Varginha, melhorando a mobilidade da população e facilitando o escoamento da produção local.

A cerimônia de inauguração contou com a presença do prefeito de Itapetininga, Jeferson Brun, além de secretários municipais, vereadores e representantes da comunidade local.

A reabertura da ponte também promete impulsionar o turismo na região, atraindo visitantes de diversas partes para conhecer a travessia histórica sobre o Rio Itapetininga.

Além da ponte, a obra incluiu a colocação de piso intertravado na Estrada Municipal Francisco César Rosa, utilizando quase 9 mil metros quadrados de material sustentável, melhorando a acessibilidade e valorizando ainda mais este trecho histórico.

“Senhoras e senhores, vocês estão diante de um retrato vivo da história de Itapetininga! Esse era um compromisso que assumimos desde o início de nossa gestão e que, agora, temos a satisfação de entregar para a população. Mais que um acesso que oferece mais mobilidade aos moradores e facilidade no escoamento produtivo, a reconstrução dessa ponte resgata parte da nossa história e presta uma justa homenagem ao movimento que enraíza nossa origem, o Tropeirismo”, destacou o prefeito Jeferson Brun.

A obra, que contou com um investimento de mais de R$ 2,6 milhões, foi financiada com recursos dos governos estadual e municipal.

História da Ponte dos Tropeiros e do Caminho das Tropas

Durante os séculos XVI e XVII, a Ponte do Registro do Ouro era uma rota essencial para o escoamento do ouro de aluvião extraído das margens dos rios São José e Paranapanema. Este caminho também era uma passagem para garimpeiros que deixavam a região após o declínio da mineração aurífera, tornando-se um marco significativo no desenvolvimento socioeconômico da região sudeste de São Paulo, conhecido como Tropeirismo.

A exploração aurífera na região levou à formação dos povoados de São José do Paranapanema (atualmente Guapiara) e Arraial Velho (hoje Ribeirão Grande), tornando a área uma das mais antigas de exploração de ouro no Estado.

A rota comercial “Caminho das Tropas” entre São Paulo e o sul do Brasil atravessava a antiga Ponte do Registro do Ouro e seguia até o Casarão do Registro do Ouro, onde era cobrado um “pedágio” colonial. O local também servia como ponto de venda ou descanso para os tropeiros.

A chegada à Vila de Itapetininga foi marcada pela criação, em 1721, de um posto de registro para a cobrança de impostos sobre o quinto (parte dos lucros da mineração) e pedágio sobre os animais de carga que vinham do sul em direção a Sorocaba. Esta ponte histórica permanece como testemunha viva da rica história econômica e social da região.

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