Conhecida anteriormente como “Ponte do Registro do Ouro”, este marco histórico de Itapetininga teve grande importância nos séculos XVI e XVII, sendo uma das principais rotas para o escoamento de ouro extraído dos rios São José e Paranapanema, e desempenhando um papel crucial no desenvolvimento socioeconômico do Tropeirismo.
A revitalização completa da Ponte dos Tropeiros, que tem 72 metros de extensão, beneficia diretamente cerca de 10 mil moradores dos bairros Porto Velho, Cercadinho, Viracopos, Bairro das Antas, Fazendinha, Várzea e Varginha, melhorando a mobilidade da população e facilitando o escoamento da produção local.
A cerimônia de inauguração contou com a presença do prefeito de Itapetininga, Jeferson Brun, além de secretários municipais, vereadores e representantes da comunidade local.
A reabertura da ponte também promete impulsionar o turismo na região, atraindo visitantes de diversas partes para conhecer a travessia histórica sobre o Rio Itapetininga.
Além da ponte, a obra incluiu a colocação de piso intertravado na Estrada Municipal Francisco César Rosa, utilizando quase 9 mil metros quadrados de material sustentável, melhorando a acessibilidade e valorizando ainda mais este trecho histórico.
“Senhoras e senhores, vocês estão diante de um retrato vivo da história de Itapetininga! Esse era um compromisso que assumimos desde o início de nossa gestão e que, agora, temos a satisfação de entregar para a população. Mais que um acesso que oferece mais mobilidade aos moradores e facilidade no escoamento produtivo, a reconstrução dessa ponte resgata parte da nossa história e presta uma justa homenagem ao movimento que enraíza nossa origem, o Tropeirismo”, destacou o prefeito Jeferson Brun.
A obra, que contou com um investimento de mais de R$ 2,6 milhões, foi financiada com recursos dos governos estadual e municipal.
História da Ponte dos Tropeiros e do Caminho das Tropas
Durante os séculos XVI e XVII, a Ponte do Registro do Ouro era uma rota essencial para o escoamento do ouro de aluvião extraído das margens dos rios São José e Paranapanema. Este caminho também era uma passagem para garimpeiros que deixavam a região após o declínio da mineração aurífera, tornando-se um marco significativo no desenvolvimento socioeconômico da região sudeste de São Paulo, conhecido como Tropeirismo.
A exploração aurífera na região levou à formação dos povoados de São José do Paranapanema (atualmente Guapiara) e Arraial Velho (hoje Ribeirão Grande), tornando a área uma das mais antigas de exploração de ouro no Estado.
A rota comercial “Caminho das Tropas” entre São Paulo e o sul do Brasil atravessava a antiga Ponte do Registro do Ouro e seguia até o Casarão do Registro do Ouro, onde era cobrado um “pedágio” colonial. O local também servia como ponto de venda ou descanso para os tropeiros.
A chegada à Vila de Itapetininga foi marcada pela criação, em 1721, de um posto de registro para a cobrança de impostos sobre o quinto (parte dos lucros da mineração) e pedágio sobre os animais de carga que vinham do sul em direção a Sorocaba. Esta ponte histórica permanece como testemunha viva da rica história econômica e social da região.