A sede do projeto social da Associação Municipal de Educação e Inclusão para Promoção da Autonomia e Sustentabilidade (Ameipas), na Vila Sotemo, em Itapetininga, foi construída com técnicas de bioconstrução pelas mãos das coordenadoras Vivian Marques e Jéssica Menezes. A construção, pioneira na cidade, foi erguida através de recursos de apoiadores.
O terreno de cinco mil metros quadrados, cedido pela prefeitura pelos próximos 15 anos, acabou se tornando um espaço de transformação social e ambiental. No passado, o local havia sido destinado a uma horta comunitária que não prosperou. Porém, a chegada da Ameipas trouxe uma nova perspectiva. “A comunidade foi muito receptiva, e conseguimos iniciar a construção com técnicas ecológicas”, explica Vivian.
Com cerca de R$ 60 mil arrecadados em uma campanha na plataforma Benfeitoria e um apoio de R$ 16 mil da Sabesp, o projeto começou a tomar forma. A reforma ocorreu em um casebre deteriorado, que já havia no local, e as coordenadoras realizaram quase todo o trabalho manualmente, trançando madeiras e batendo a massa para erguer as paredes. Jéssica também assumiu a responsabilidade de fabricar as tintas utilizadas na construção. Apesar de terem contratado profissionais para a alvenaria, Vivian conta que grande parte do trabalho foi realizada por elas mesmas, o que, embora tenha demandado mais tempo, conferiu uma singularidade ao projeto.
“Cada uma de nós se doava como podia, fosse com tempo ou até financeiramente. A reforma acabou demorando pois como nós duas trabalhamos, íamos lá quando sobrava um tempo. Mas tivemos muitas ajudas. Aprendemos sozinha sobre bioconstrução e nos orgulhamos do que, literalmente, construímos. Visto que precisamos ser flexíveis em diversos momentos, mudando o projeto várias vezes, pois dependíamos 100% de doações”.
Ainda de acordo com a coordenadora, a bioconstrução pode ser bonita, eficiente e sustentável. Além da sede, o terreno abriga um parquinho, tatames, áreas cobertas e espaços para oficinas culturais. “Estamos aqui para oferecer um projeto social que promova cultura, meio ambiente e sustentabilidade para crianças, adolescentes e adultos da Vila Sotemo, que nem mesmo uma praça possui, as pessoas precisavam se locomover para o outro lado da pista para isso”.
As dificuldades financeiras, entretanto, são uma constante. Apesar de apoios pontuais, como os R$ 9 mil oriundos da Lei Aldir Blanc e R$ 10 mil da Lei Paulo Gustavo para a sessão de cinema que ocorreu no local, a manutenção do espaço, eventos, produtos e lanches ainda pesam no orçamento. Para driblar os desafios, as coordenadoras lançaram campanhas de doação recorrentes e estão em busca de patrocinadores para ampliar o impacto do projeto.
Entre os sonhos futuros estão a implementação de uma agrofloresta e um sistema sustentável de produção de alimentos, sem agrotóxicos. “Em parceria com a Fatec, o professor Adenilson e seus alunos já estão elaborando o projeto da agrofloresta, onde pretendemos usar o local para um polo de produção alimentar e educação ambiental”, diz Marques.
Vivian e Jéssica também estão desenvolvendo eventos culturais e oficinas que trarão ainda mais vida ao espaço. “Temos aqui um espaço que cabem muitos sonhos. O solo do terreno é muito fértil, o espaço é muito bom, temos muitas ideias, mas para a realização de todas elas, dependemos de apoios. Convidamos todos a virem conhecer”, finaliza.
Para saber mais como se tornar um patrocinador ou voluntário no projeto, acesse o perfil da Ameipas nas redes sociais.
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