Aumento no preço do café impacta consumidores

O preço do café moído subiu quase 40% nos supermercados brasileiros, segundo o Índice de Preços ao Consumidor Mensal, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O aumento é muito superior à inflação dos gêneros alimentícios no período, o que tem preocupado consumidores. Além disso, conforme a pesquisa, os cafezinhos servidos em bares e restaurantes tiveram alta de 6,5%, tornando o hábito diário de muitos mais caro.

Em Itapetininga, as embalagens de café de 500g variam entre R$ 41,99 a R$ 27,99. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café confirmam que o preço médio do café nos supermercados brasileiros passou de R$35 em janeiro de 2024, para R$48,57 em janeiro de 2025. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do IBGE, apontou uma alta acumulada de 33% no preço do café moído nos últimos 12 meses.

Atualmente, o café representa 0,5% do orçamento familiar médio no Brasil, uma participação significativa considerando seu consumo diário pela população.

De acordo com o economista itapetiningano, Márcio Aleixo, o aumento expressivo do café em pó reflete uma combinação de fatores climáticos e econômicos. “Posso elencar vários fatores que fazem com que o preço do café apresente flutuações, lembrando que o café é uma commoditie, ou seja, o seu preço é cotado em dólar, sendo assim uma valorização do dólar perante o real, como a que ocorreu no final de 2024, já faz com que haja aumento no preço do café, esse acredito ser o principal vetor para o aumento que estamos observando”.

“Conforme a CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou, havia uma grande expectativa para safra 2024/2025, porém os fatores como as estiagens prolongadas, chuvas esparsas e mal distribuídas, e com calor em fases de desenvolvimento do grão prejudicaram muito o desempenho da safra, mesmo com o aumento da área de produção, observando assim, uma diminuição da produção”.

Ainda de acordo com o economista, como o Brasil é o maior produtor de café do mundo, assim como exportador e, com o aumento da procura global, o produto acaba ficando mais caro nos bolsos dos brasileiros. “Tem a questão de que se o real se desvaloriza muito em relação ao dólar, a demanda internacional tende a aumentar pois o produto brasileiro se torna mais em conta para os compradores ao redor do mundo, fazendo com que os produtores prefiram vender ao exterior, fazendo com que a oferta diminua em nosso país, e para tornar atraente aos produtores, os preços tem de aumentar”.

Entretanto, as medidas para proteger consumidores e produtores, podem ser arriscadas. “É muito perigoso algumas tentativas de controle de preço, elas não dão certo e geralmente prejudicam tanto o produtor e o consumidor, gerando muitas vezes escassez. Na economia os preços flutuam por inúmeras razões, porém se ponderar que o maior impacto para essa safra está sendo as adversidades climáticas, e o aumento da cotação do dólar é muito mais eficaz ter uma política fiscal mais equilibrada, para controlar o dólar e inflação, e também políticas ambientais e de monitoramento climático mais assertivas, que assim é possível ter uma produção mais eficaz”.

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