Pesca na Lagoa da Chapadinha durante piracema chama atenção

Entre os meses de novembro e fevereiro, acontece a piracema, período crucial para a reprodução dos peixes. Enquanto a fauna aquática segue seu ciclo de desova, os itapetiniganos continuam com a prática, agora na Lagoa da Chapadinha, onde conforme relatado ao Correio, alguns pescadores levam peixes embora.

Um frequentador da Lagoa da Chapadinha, que preferiu não se identificar, relatou que vez ou outra pesca na Lagoa, acompanhado do pai e mais um amigo, e que já presenciou pessoas levando os animais embora. “Eu pesco e solto. Nunca fui de pescar para levar embora. Sou praticante da pesca esportiva, mas ultimamente, percebi pessoas pescando e levando sacolas de peixes embora”.

Conforme informações da Polícia Ambiental, a pesca irregular durante a piracema é considerada crime ambiental, punida com multas a partir de R$ 700, além de sanções previstas na Lei nº 9.605/98. Equipamentos, veículos e embarcações utilizados na infração podem ser apreendidos.

De acordo com o órgão, um dos locais onde a pesca é totalmente proibida são em lagoas marginais, que seriam os alagados, alagadiços, lagos, lagoas, banhados, canais ou poços naturais situados em áreas alagáveis da planície de inundação, que ligação com o rio principal ou canais secundários, podendo, em alguns casos, ser alimentados exclusivamente pelo lençol freático.

Segundo o engenheiro ambiental e professor universitário, Vinicius Válio, a piracema é pouco respeitada, mas tem uma enorme importância para o meio ambiente. “Muitos ainda ignoram essas penalidades, acreditando que o risco compensa, mas o impacto para o meio ambiente é incalculável”.

“A piracema é um momento delicado para os peixes, pois eles estão voltando às nascentes para desovar. Qualquer interferência pode comprometer a sobrevivência das espécies”, explica o engenheiro, que ainda ressalta que a pesca esportiva, com devolução, e a comercial são terminantemente proibidas nesse período, enquanto a pesca de subsistência é limitada a determinadas áreas e condições específicas.

Apesar das proibições, a fiscalização enfrenta desafios. A extensão da Lagoa da Chapadinha e o acesso a áreas mais isoladas dificultam o monitoramento completo. Válio sugere que campanhas educativas poderiam ajudar a reforçar a consciência ambiental entre a população. “Se as pessoas soubessem como a piracema é essencial para a biodiversidade local, acredito que respeitariam mais as normas”, pontua.

A pesca de subsistência, única modalidade permitida, é acompanhada de perto pela fiscalização ambiental. Já os pescadores comerciais recebem o chamado “seguro defeso”, um auxílio financeiro para compensar as restrições do período. No entanto, a efetividade das leis para a piracema depende de uma aplicação rigorosa de normas.

Além disso, mudanças climáticas têm causado preocupação entre ambientalistas, pois podem impactar os ciclos naturais da piracema. Segundo o professor, a elevação da temperatura da água e alterações no volume dos rios prejudicam a migração dos peixes. “Esse é mais um motivo para preservarmos ao máximo o ambiente natural da Lagoa da Chapadinha”, reforça Vinicius.

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