Unindo gerações e estreantes, o grupo “Loucos por Corrida” do EC XV de Novembro Itapetininga participará pela 38ª vez da São Silvestre com 23 atletas da equipe. Segundo Djalma Lúcio Monti da Silva, organizador do grupo, o objetivo principal é completar o percurso de 15km sem problemas físicos e sem foco em tempos competitivos.
A preparação dos atletas começou alguns meses antes da corrida, relata Djalma. “Cada atleta treina com sua planilha individual e realiza também os treinos em grupo todas as quartas feiras à noite em nossa Sede”.
A história de Djalma com a corrida é também um legado familiar. Em sua 14ª participação, ele dá continuidade à tradição iniciada por seu pai, Francisco Geraldo da Silva, de 86 anos, conhecido como Ficão. Com 34 participações na São Silvestre, Ficão começou a correr na década de 1950, incentivado pelo professor Geraldo Corrêa Franco, e costumava treinar no centro de Itapetininga.
Em 1972, Ficão criou o grupo de corrida XV de Novembro. “A equipe nunca mais teve suas atividades interrompidas, está sempre presente em corridas em Itapetininga, no estado de São Paulo, além de outras partes do Brasil e representações em outros países”, conta Djalma. Hoje, Ficão não participa mais das corridas, devido a problemas de saúde, mas está sempre junto ao grupo em eventos, oferecendo seu apoio e sua experiência adquirida com muitos anos de corrida de rua, relembra seu filho.
A estreante do grupo na São Silvestre, Flávia Bonini, conta que está determinada a superar desafios, alcançar novas metas e reduzir seu tempo de corrida. Além disso, ela espera fazer novas amizades e, quem sabe, participar de uma meia maratona no futuro.
O interesse de Flávia pelas corridas de rua surgiu em 2017, quando um colega de trabalho, professor Alemão, a convidou para participar de uma corrida de rua. “Nunca tinha treinado, me inscrevi e fui! O barulho da largada, a adrenalina e a emoção tomaram conta!”, relembra ela.
Mesmo com a inexperiência e vontade de desistir, Flávia persistiu. Outros corredores a incentivaram e correram ao seu lado, o que a motivou a continuar. “Isso me fez querer mais, comecei a treinar na marginal e na prefeitura com a equipe XV de Novembro. Com isso fui vendo resultados, melhorei meu tempo, comecei a perceber mudanças na saúde e no humor”.
A corredora buscou ajuda profissional para a São Silvestre e têm treinado 3 vezes na semana e seguido orientações de sua personal Andressa Souza sobre postura, respiração, ritmo, vestimenta, entre outros. As quartas-feiras ela mantém seu treino com seu grupo XV de novembro. Flávia relata que está ansiosa e feliz com sua participação na tradicional São Silvestre, já que sempre assistiu a corrida pela televisão e se inspirava com a emoção e o esforço dos atletas. “Para mim vai ser um momento de festa”.
A corrida
Quase centenária, a São Silvestre será realizada tradicionalmente no dia 31 de dezembro, terça-feira, no período da manhã. O percurso em São Paulo tem largada e chegada na Avenida Paulista após corridos 15km dentro da cidade, passando por marcantes pontos turísticos como Theatro Municipal, Praça da República, Largo do Arouche, entre outras.
História da São Silvestre
A corrida foi idealizada pelo jornalista Cásper Líbero em 1925, após acompanhar uma corrida noturna francesa em que os competidores carregavam tochas de fogo durante o percurso. Apesar da competição ter tido seus primeiros anos com corrida noturna, atualmente ela é realizada durante o dia e nunca teve o uso de tochas.
O nome dado a corrida faz referência à Igreja Católica. No dia 31 de dezembro, no qual é realizado a competição todos os anos, é comemorado o Dia de São Silvestre. O santo do dia foi um papa homenageado no dia de sua morte e de sua canonização anos depois.
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