Após a repercussão da morte de Wagner Nascimento, 39 anos, no Hospital Léo Orsi Bernades (Hlob), o Jornal Correio recebeu uma série de reclamações de pacientes e familiares sobre o hospital. As queixas envolvem demora no atendimento, falta de exames, diagnósticos imprecisos e até negativa de internação, gerando indignação e questionamentos sobre a qualidade do serviço prestado.
Entre os relatos, Amanda Cristina afirma que sua mãe procurou o Hlob cinco vezes entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025 com sintomas de gripe, inflamação das vias respiratórias e, posteriormente, pneumonia. Segundo ela, apenas raio-X foi realizado. No quinto atendimento no hospital foi realizado exame de sangue, que constou leucemia mieloide aguda (tipo de câncer). Sua mãe morreu três dias depois do diagnóstico, aos 48 anos. “Foi uma calamidade pública isso que ocorreu, deixou eu de 24 anos e minha irmã de 13”, disse Amanda.
Aline Christine relembra que procurou o hospital várias vezes devido a uma otite aguda, chegando a buscar atendimento duas vezes no mesmo dia por conta da dor intensa. Segundo ela, os médicos apenas afirmavam que “faziam o que podiam” e a orientavam a procurar um especialista. “Fui chorando praticamente uma semana toda, mas diziam que não podiam fazer nada. Apenas receitavam remédios e mandavam procurar um especialista”, relatou”, lamentou.
Pitymaria também relatou dificuldades no atendimento. Com dores intensa, ela disse ter ido ao pronto socorro do hospital por quatro dias seguidos, mas que os médicos apenas receitaram analgésicos, sem realizar nenhum exame. No quinto dia, ao insistir, conseguiu que uma médica a examinasse. “Foi só então que descobriram que era a vesícula. Mas, como o ultrassom não funciona de madrugada, tive que esperar até o dia seguinte”, explica. O exame confirmou a necessidade de cirurgia, mas, segundo ela, o hospital só realizaria o procedimento em caso de emergência extrema.
“O cirurgião olhou o exame e falou que era de urgência mas que sabia que ele ia solicitar a cirurgia mas que seria negado o pedido, pois só fazem se a pessoa estiver a beira da morte, chegar de ambulância ou tiver estourado a vesícula. E me liberou só com medicação e a esperança de que se eu chegasse morrendo um dia eles fariam”, relatou. Diante disso, ela pagou R$ 8 mil para operar em outra cidade.
Outro caso é o de Jeisson Rodrigues, que diz que sua avó passou por diversos médicos sem obter um diagnóstico. “Minha avó quase morreu nesse hospital. Foram vários médicos novinhos que não resolveram nada. Só se salvou porque, na última vez, foi atendida por um médico mais experiente, que identificou o problema e resolveu”, afirma.
Além da falta de exames e diagnósticos imprecisos, alguns relatos apontam para condutas inadequadas de profissionais de saúde. Beatriz Oliveira conta que procurou o hospital devido a uma alergia nas pernas e percebeu que o médico responsável não estava com paciência. “Ele nem me examinou. O atendimento não durou nem cinco minutos e ainda me receitou seis remédios diferentes, incluindo um para piolho, sem necessidade. Atendimento péssimo”, reclamou.
O Jornal Correio entrou em contato com o Hospital Léo Orsi Bernardes para um posicionamento sobre as reclamações, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve resposta.
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