Itapetininga tem desempenho mediano no IPS 2025 e fica atrás de cidades vizinhas

Itapetininga registrou 63,81 pontos no Índice de Progresso Social (IPS) 2025, que vai de 0 a 100, e quanto maior a média, melhores são as condições. O desempenho da cidade é considerado mediano, com destaque para avanços em saneamento básico e acesso ao conhecimento, mas com índices baixos em inclusão social, direitos individuais, saúde e segurança pública.

No ranking geral, Itapetininga ocupa a 784ª posição entre os 5.570 municípios do Brasil e está em 382º lugar entre as 645 cidades do Estado de São Paulo.

Economia e desenvolvimento

A baixa diversificação econômica de Itapetininga, com pouca presença de indústrias e forte dependência de serviços simples e atividades agropecuárias, ajuda a explicar parte dos índices registrados no IPS. Como explica o economista Paulo Gala, quando a economia de uma cidade está baseada em setores de baixo valor agregado, isso se reflete em menor produtividade, salários mais baixos e baixo poder aquisitivo da população.

Sem a migração de recursos (capital, trabalho e conhecimento) para atividades como indústrias de tecnologia, manufaturas avançadas ou serviços de alto valor agregado, os municípios ficam presos a ciclos de baixa geração de renda e fraca capacidade de investimento social.

Para reverter esse quadro, é fundamental investir na atração de indústrias, inovação e setores mais tecnológicos, capazes de gerar empregos de maior qualidade e elevar o padrão de vida local, defende Gala.

Para a professora de geopolítica e mestre em relações internacionais, Paula Granato, o resultado não chega a ser uma surpresa. “Mostra que nossa cidade tem áreas que precisam de atenção urgente”.

Ela observa que, na comparação regional, Itapetininga fica atrás de municípios vizinhos como Tatuí, Alambari, Sarapuí, Campina do Monte Alegre, Cerquilho e Cesário Lange, que alcançaram pontuações mais altas.

Avanços em infraestrutura e educação básica

Entre os pontos fortes, Paula destaca o bom desempenho em “Água e Saneamento” (89,0) e em “Acesso ao Conhecimento Básico” (81,25). Ela explica que mais de 90% da população de Itapetininga é atendida com esgotamento sanitário adequado, e mais de 94% recebe água potável em suas casas. No entanto, ela sugere que a cidade “contasse com uma política municipal de saneamento, com conselho e fundo específicos para o setor”.

Na educação, o desempenho positivo se explica, segundo ela, principalmente pela baixa distorção idade-série no ensino médio, o que significa que os alunos estão, em sua maioria, na série adequada à sua faixa etária. “Mas ainda precisamos melhorar muito em aspectos como o Ideb do ensino fundamental e os índices de reprovação no ensino médio”, ressalta.

Desigualdade, exclusão e falta de oportunidades

Por outro lado, os indicadores de inclusão social e direitos individuais apresentam os menores desempenhos do município. Itapetininga teve seu pior resultado no pilar de Oportunidades, com 38,95 pontos, sendo que os subindicadores de Direitos Individuais (20,28) e Inclusão Social (32,84) estão entre os mais baixos.

Paula é direta ao comentar esse resultado: “Acredito que um dos principais motivos para a baixa pontuação é a falta de atenção — e, em alguns casos, até um verdadeiro desprezo — às questões de direitos humanos e minorias. Não são consideradas como dignas de ações públicas”.

Zona urbana x zona rural

Paula também alerta que os números gerais podem mascarar desigualdades internas. “Sem dúvida, as médias escondem diferenças gritantes entre os bairros e, principalmente, entre a zona rural e urbana. Os indicadores são uma fotografia geral, mas é preciso um olhar atento para as áreas mais vulneráveis da cidade”, aponta.

O índice do IPS é composto por 57 indicadores sociais e ambientais, separados em três grupos principais. São eles:

  • Necessidades Humanas Básicas: avalia se o brasileiro tem acesso a comida, saúde, moradia, segurança.
  • Fundamentos do Bem-Estar: analisa acesso à educação fundamental, vida saudável, contato com a natureza.
  • Oportunidades: analisa os dados a respeito de direitos individuais e acesso ao ensino superior.

Os dados são extraídos de fontes oficiais e institutos de pesquisa como o IBGE, Inep, Ministério da Saúde, Anatel, MapBiomas, entre outros.

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