Clima desfavorável afeta produção de figo na cidade

No município de Itapetininga, o clima desfavorável marcou a temporada de colheita de figos neste ano, conforme relata Daniel Nache, produtor local. “Este ano foi desafiador desde o início, com ventos fortes e tempestades seguidos por um calor excessivo recorde”, explica o produtor, ressaltando que tais condições afetaram a produção.

Apesar das dificuldades climáticas, Nache destaca que os investimentos realizados foram importantes para minimizar as perdas. “Fizemos um investimento pesado em irrigação e cobertura contra pássaros. Este ano foi um dos melhores em termos de quantidade de figos, embora o valor de mercado não tenha correspondido às expectativas”, revela o produtor.

Em relação aos números, Nache revela que foram colhidas aproximadamente 2.163 caixas de figos, comercializadas a uma média de R$ 28 por caixa. “No total, alcançamos cerca de R$ 60.000 em vendas, o que representa cerca de 60% do potencial total esperado”, detalha o produtor, explicando que as vendas variam conforme as condições climáticas ao longo do ano.

Sobre os desafios enfrentados, o produtor menciona os impactos persistentes da geada de 2022 e os problemas com pragas como a ferrugem. “A geada devastou as fontes de alimentação das aves na região, resultando em sérios prejuízos para a produção de frutas”, lamenta o produtor.
“Além da colheita, enfrentamos uma série de desafios com as manutenções necessárias”, revela Nache. “O telhado antigranizo exige cuidados constantes, pois as aves tentam perfurá-lo, rasgando as telas. Outro problema são as formigas, minúsculas e persistentes. Elas encontram uma maneira de entrar nos figos, contaminando nossa produção. É um trabalho árduo para manter tudo sob controle.”

Ele aponta para a embalagem dos figos, destacando o problema: “Às vezes, você abre uma caixa e encontra quatro formiguinhas passeando lá dentro. É uma batalha diária para proteger nossa colheita e garantir a qualidade dos produtos que chegam aos nossos clientes.”

“Além do trabalho na plantação, também nos dedicamos à feira local”, explica o produtor. “De quinta-feira a domingo, e um dia antes na quarta-feira e no sábado, estamos colhendo e preparando mandioca e goiaba para a feira. É um trabalho paralelo essencial, pois a feira é nossa principal fonte de venda. No início, tivemos que educar o mercado local sobre os benefícios dos nossos figos, mas agora temos uma base sólida de clientes. Quando a produção de figos não está disponível, nos esforçamos para oferecer outros produtos na barraca da feira para manter o nosso espaço e garantir a sustentabilidade do negócio.”

Nache enfatiza a importância da dedicação diária: “Não podemos deixar nenhum aspecto de lado. Temos que cuidar de tudo com muito cuidado, e isso inclui estar presente todos os dias, atentos a cada detalhe. É um trabalho árduo que demanda muita persistência. Muitas pessoas desistem, mas eu sou teimoso. Trabalho cerca de 12 horas por dia, todos os dias da semana, para manter tudo funcionando e superar os desafios que surgem.”

Para o produtor, o trabalho é muito exigente. “Depende do solo, da irrigação, e muitos outros fatores”, comenta Daniel. “Começa pela proteção das telas e pela conservação do solo, aspectos frequentemente subestimados. As pessoas só veem o figo, mas é a terra que realmente trabalha duro”.

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