Itapetininga desponta na produção de lúpulo

Itapetininga é conhecida por sua agricultura diversificada e agora se destaca na produção de lúpulo, um ingrediente indispensável para a fabricação de cerveja. A iniciativa, liderada pelo produtor Fernando Gonçalves, começou em 2017 e enfrentou inúmeros desafios iniciais, mas hoje se consolida como uma referência nacional.

Gonçalves iniciou a plantação com poucas plantas em um campo de testes. “Naquele momento, o cultivo de lúpulo era inicial no Brasil. Tivemos dificuldade em fazer a planta produzir bem e com qualidade, mas com a criação da Aprolúpulo em 2018 e a chegada de viveiros profissionais com mudas certificadas, nosso cultivo deslanchou”, relatou. Atualmente, são mais de 5.000 plantas com capacidade de produção de 2 a 3 toneladas por ano.

A plantação do produtor cultiva 14 variedades de lúpulo, mas após testes rigorosos, seis se destacaram: Comet, Centennial, Crystal, Saaz, Magnum e Alpharoma. “Essas variedades provaram ser produtivas no campo e bem aceitas no mercado”, afirmou Gonçalves.

Para garantir a qualidade e produtividade, técnicas específicas são empregadas, garantiu o agricultor. A iluminação artificial estende o período vegetativo, enquanto um cronograma rigoroso de nutrição e controle de pragas assegura a saúde das plantas. Gonçalves enfatiza a importância do manejo adequado: “O lúpulo tem uma demanda hídrica e nutricional muito grande. Uma planta formada demanda cerca de 20 litros de água por dia”.

As condições climáticas de Itapetininga são favoráveis, permitindo duas safras por ano. “A safra de verão é muito produtiva devido ao regime de chuvas e temperaturas. A safra de inverno, embora menos produtiva, resulta em uma qualidade excelente”, frisou o produtor. O solo argiloso da região exige cuidados especiais, mas, segundo ele, com monitoramento constante de nutrientes e pragas, os resultados têm sido positivos.

Durante as fases de crescimento, os cuidados são intensos. “A planta precisa atingir 6 metros em 2 meses, então precisa de muita nutrição, água e luz”, explicou Gonçalves. Na fase reprodutiva, a atenção se volta para a formação das flores, essenciais para a produção de lúpulo.

Conforme ainda o produtor, a colheita envolve a retirada das plantas do campo, corte na base e encaminhamento para uma máquina que separa as flores, que são secas para armazenamento. A produção média atual é de 1,2ton/hectare de lúpulo seco, com uma meta de alcançar 3ton/hectare por safra.
A demanda por lúpulo local entre os cervejeiros artesanais está em crescimento. “As cervejarias brasileiras têm testado e aprovado o lúpulo brasileiro. Estamos formando uma cooperativa para atender o mercado com quantidade, qualidade e consistência”, assinalou o produtor.

O post Itapetininga desponta na produção de lúpulo apareceu primeiro em Correio de Itapetininga.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.