“O invertebrado” traz reflexão sobre a realidade humana, social e econômica

Notícia boa na área da cultura: Itapetininga tem uma nova geração de produtores culturais, desenvolvendo trabalhos que refletem  temas da nossa realidade social. É o caso do curta metragem “O invertebrado”, um dos projetos  selecionados para receber os recursos da Lei Paulo Gustavo em Itapetininga. “O invertebrado”  é um curta-metragem de aproximadamente 15 minutos que tem a proposta de discutir e refletir sobre os diversos comportamentos humanos, com ênfase na saúde mental e física, ocorridos na sociedade.

Cena do curta metragem O Invertebrado

O projeto surgiu durante a pandemia, quando as produtoras culturais Denise Brunatto e Andréa Paques iniciaram seus trabalhos voltados a produção cinematográfica. Denise e Andrea sempre atuaram como atrizes de teatro, mas a nova realidade imposta pelo COVID  foi uma oportunidade para a criação do curta metragem “O invertebrado”.

As autoras buscaram nas obras de autores como Kafka, Dostoievski e outros, uma abordam do drama humano e suas complexidades, Roteirizado por Denise Brunato, o curta metragem procura demonstrar metaforicamente, e  de forma poética, a realidade do descarte do ser humano,  a partir do momento que ele se torna  inútil para a sociedade.

“Ao ler A metamorfose, de Kafka, fiquei impactada com tanta informação que, de forma metafórica, poderia ser aplicada a nossa realidade – me identifiquei de imediato com a obra” revela Andréa Paques.

Andréa conta como começou o projeto. “Em conversa com a Denise,  que sempre quis fazer uma adaptação da obra, decidimos inserir cenas  da realidade atual no curta, mesclando com as cenas da adaptação da obra. E ao criar os personagens das cenas realísticas buscamos inspirações nas obras de Dostoiévski, a fim de mostrar a alma humana sem maniqueísmo.

Andréa Paques e Denise Brunato , produtoras do filme Invertebrado

Posteriormente Denise decidiu dar o sentido político aos personagens, descrevendo a realidade do nosso meio, a miséria, a escassez, o descarte humano. Com isso, para nós, esse curta é essencial, não só para gerar discussões sobre as literaturas usadas, como também para provocar os telespectadores a repensar sobre nossa realidade humana, social e econômica” conclui.

Drama existencialista voltado para a realidade

“O Invertebrado” é um drama existencialista que faz um paralelo com a realidade. O curta vai ter os dois mundos, o universo absurdo de Kafka e o realismo do leitor que está lendo o livro e passa por uma transformação também.

Os personagens do curta metragem estão mergulhados em seu vazio existencial, abordando temas importantes presentes na sociedade atual, como a falta de empatia e a solidão, que geram  depressão, ansiedade, pânico, traumas, suicídio e demais adoecimentos mentais.  “O Invertebrado” apresenta a degradação da saúde física e mental do ser humano nos dias atuais.

“A meu ver a arte é política, pois é uma expressão da vida, conhecemos o mundo através dela. A arte vai muito além do entretenimento, ela é provocação, incita debates de ideias. E ela deve ser acessível a todos, todas as expressões artísticas deveriam ter seu valor, sem preconceitos, pois são vivências de cada local. O cinema deveria ser obrigatório nas escolas, pois uma sociedade com conhecimento, é uma sociedade liberta” afirma Denise Brunato.

Gravação do curta metragem O Invertebrado

Para Denise, o cinema permite ao expectador ter uma experiência visual de obras que possam levar a reflexão. “Sou fascinada por movimentos artísticos e diretores que abordam os problemas sociais como Vittorio de Sica, Visconti, Rosselini, Fellini, Pasolini, Eisestein, Pudovkin, Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos e Abbas Kiarostami, Aki Kaurismaki e Fatih Akin” conta Denise. “O cinema de Luis Bunuel, que também faz duras críticas a sociedade burguesa e seus excessos, esses grandes artistas contribuíram muito para minha criação artística, meu senso critico, minha visão do mundo e reflexão, sobre o meu lugar e o lugar de todos” conclui.

Andréa e Denise ressaltam que “a importância de nosso curta-metragem para sociedade é mostrar personagens complexos e reais, com seus medos e traumas, suas verdades e histórias, criados através de pesquisas e experiências, também resgatados na literatura clássica em obras de escritores com amplo conhecimento na consciência humana como Kafka e Dostoievski, a fim de discutir-se os temas que impactam a vida das pessoas e gerar ampla reflexão nos telespectadores, por meio de atos dramáticos, poéticos e reflexivos”.

Elas também destacam a participação do reconhecido músico itapetiningano Floriano Villaça, que compôs uma trilha sonora inédita para o curta metragem.

Conheça mais sobre  o trabalho de Andréa Paques e Denise Brunatto, no link: https://www.youtube.com/channel/UCSwEudG-3QdvU8TbWNEsQiA

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