Das 26 escolas estaduais avaliadas em Itapetininga no Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) de 2024, apenas uma, a PEI E.E. Carlos Eduardo Mattarazzo Carreira, obteve nota de desempenho considerada média no Ensino Médio, com 4,2. Todas as demais instituições ficaram com notas abaixo de 4, classificação de “baixo desempenho” conforme a escala adotada pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc).
A constatação reforça um padrão: o Ensino Médio, etapa final da educação básica, segue como a etapa mais frágil da rede estadual em Itapetininga. A média da cidade entre as escolas foi de apenas 3 pontos.
O retrato é menos negativo nos anos iniciais da educação: o 2º ano teve média geral de 9,1 e o 5º ano, 7,1 — ambos considerados de alto desempenho. Por outro lado, os anos finais do fundamental ficaram com média 4,5 (médio desempenho).
Segundo o próprio governo estadual, as notas do Saresp são calculadas a partir do percentual médio de acertos dos alunos. Notas iguais ou inferiores a 4 são classificadas como “baixo desempenho”; entre 4,1 e 6,0, como “médio desempenho”; e acima de 6,0, “alto desempenho”.
Anos iniciais lideram o desempenho
O principal destaque positivo do levantamento foram os 2º e 5º anos do Ensino Fundamental I (anos iniciais). As três escolas estaduais que ofertam essas séries — EE Prof. Astor Vasques Lopes, EE Prof. Ataliba Júlio de Oliveira e EE Major Fonseca — alcançaram resultados classificados como “alto desempenho”, todas com notas acima de 6:
- Astor Vasques: 9,6 no 2º ano e 6,3 no 5° ano;
- Ataliba: 8,3 no 2º ano e 7,4 no 5º ano;
- Major Fonseca: 9,5 no 2º ano e 7,8 no 5º ano.
Anos Finais do Fundamental têm desempenho médio
A maioria das escolas teve notas entre 4 e 5,4 nos anos finais do EF (6º ao 9º ano), com desempenho considerado baixo ou médio. As melhores notas foram da Escola Carlos Eduardo (5,4), Alceu Gomes (5,2) e Maria de Lourdes (5,1). Na contramão, as notas mais baixas foram das escolas Jair Barth, Ernestina, Virgílio Silveira e Modesto Tavares, todas com 4.
Queda de desempenho na última etapa da educação
Embora várias escolas tenham tido desempenho médio ou até alto nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental, todas as unidades registraram queda brusca de nota ao chegar ao Ensino Médio. Entre alguns exemplos de maior queda, estão:
- Abílio: 4,5 nos anos finais do EF → 2,7 no EM
- José da Conceição: 4,7 → 3,0
- Corina: 4,8 → 3,1
- Adherbal: 4,7 → 3,1
- Maria de Lourdes: 5,1 → 3,5
Confira os rankings completos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio:
Participação é alta, mas há exceções
A maioria das escolas manteve taxa de participação acima de 90%. Apenas algumas séries apresentaram adesão inferior a 80%:
- Virgílio Silveira: 62,5% na 3ª série do EM;
- Abílio Fontes: 77,3% (2ª série) e 71% (3ª série);
- Darcy Vieira: 75,4% (2ª série) e 77,5% (3ª série);
- Peixoto Gomide: 74,3% (3ª série);
- Sebastião Villaça: 77,6% (1ª) e 75,8% (2ª).
Comparativo com 2023: avanços e estagnações
Algumas escolas apresentaram evolução significativa. A E.E. Prof Astor Vasques, por exemplo, saltou de 6,1 para 9,6 no 2º ano do EF. Já o Ensino Médio da Prof Carlos Eduardo melhorou de 2,9 para 4,2.
Por outro lado, algumas escolas permaneceram com desempenho baixo, mostrando pouca evolução. Em alguns casos, houve até queda nos índices de proficiência. Elisiário Martins de Mello, por exemplo, recuou de 4,9 para 4,6 nos anos finais do Ensino Fundamental. Já a José da Conceição caiu de 3,3 para 3 no Ensino Médio.
O Correio procurou a Diretoria de Ensino da Região de Itapetininga (Derita) para saber quais estratégias pedagógicas e de gestão estão sendo adotadas para elevar os índices de aprendizagem. A Derita, no entanto, não retornou aos questionamentos até o fechamento desta reportagem.
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