Eleita com uma promessa de trazer o desenvolvimento de Itapetininga e região, a deputada federal Simone Marquetto deu uma guinada e prioriza uma agenda expressiva ligada às questões religiosas. Nesse tema, a parlamentar dispensa um largo tempo voltado para retroceder nos direitos das mulheres, afetando diretamente os avanços das lutas femininas no país e nos direitos civis. Uma vez em Brasília, imaginava-se um desempenho semelhante no Executivo local, em que os anseios diretos da população foram amplamente atendidos.
Com o resultado, a gestão Simone deixou a prefeitura com alta taxa de aprovação entre os itapetininganos. A administração se voltava para novas creches, novas unidades de saúde, contratação de médicos, instalação de universidade, novas indústrias. Temas diretamente ligados à melhoria da vida das pessoas. Política religiosa ficava à margem nos momentos de sua exposição, jamais no centro das decisões de políticas públicas.
Essa mudança de rota adotada pela parlamentar tem efeito direto na vida das pessoas. Os temas de desenvolvimento de Itapetininga e região foram para segundo plano, apesar dos números que possam ser fornecidos pela sua assessoria. Melhor seria se a deputada federal investisse seu tempo na busca de novos cursos de engenharia do IFSP, na solicitação da instalação de um campus de uma universidade federal ou uma unidade da Embrapa. Ou seja, de unidades que possam ser indutores do crescimento da cidade.
Por outro lado, junto ao governo estadual, a deputada federal se cala diante do fechamento da Divisão Regional do DER (Departamento de Estradas e Rodagem) de Itapetininga. A unidade atende a maioria dos municípios da região e a extinção irá impactar negativamente no setor. A mudança integra uma proposta da gestão política do estado, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos). O governador e a deputada federal mantêm uma sintonia fina na política e um laço forte que os unem.
A extinção poderá afetar os serviços no DER em Itapetininga e causar uma onda de demissões. Reduz a influência dos prefeitos para solicitar melhorias das vicinais. Vale lembrar que Itapetininga possui a 3ª maior malha viária do Estado de São Paulo. Além disso, outro agravante é o projeto do governador de privatizar a Sabesp. Uma decisão que poderá aumentar os preços das tarifas e causar o corte relevante de funcionários.
Duas medidas que possibilitam o aumento direto do lucro da futura empresa: o enxugamento da máquina e o aumento direto do faturamento da maior empresa do setor da América Latina e terceira maior do mundo. Acrescente-se que em nenhuma parte do mundo, a privatização nesse setor foi bem sucedida. O governador pode até prometer um futuro hospital, mas, na realidade, está eliminando dois serviços públicos da cidade.
Portanto, espera-se que Simone Marquetto olhe sua gestão bem sucedida em Itapetininga à frente do Executivo e traga para o município e região equipamentos que viabilizem o desenvolvimento econômico e a melhoria da qualidade de vida. Em nível estadual, se posicione em defesa da região e dos municípios que podem não ter mais recursos para investimentos na área de saneamento, após a privatização, além do aumento generalizado das tarifas. Além de enfrentarem dificuldades em obter apoio para a manutenção, recuperação e modernização das suas estradas estaduais e vicinais.
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