Nos últimos anos, as apostas digitais esportivas têm ganhado força em todo o Brasil, prometendo lucros fáceis e rápidos. No entanto, para muitos moradores da região, essa prática tem trazido mais perdas do que ganhos. Um exemplo é o caso de um morador da cidade, que prefere não ser identificado. Para esta reportagem, vamos chamá-lo de Roberto. Ele conta que se tornou vítima de um golpe relacionado a apostas, perdendo uma quantia significativa de dinheiro e ficando preso em um ciclo vicioso de apostas.
Roberto, como muitos outros jovens, relata que começou a se interessar por apostas ao ver influenciadores digitais nas redes sociais divulgando os “ganhos fáceis”. A promessa de dinheiro rápido o convenceu a dar uma chance. “Comecei a apostar quando vi os influenciadores mostrando nas redes sociais que estava dando certo e que dava para ganhar dinheiro. Fiz minha primeira aposta e ganhei, consegui sacar o dinheiro”, relembra.
A sensação de conquista o motivou a continuar. Porém, o que parecia uma oportunidade de lucro rápido logo se transformou em uma armadilha. “O momento em que percebi que as perdas estavam saindo do controle foi quando, todos os dias, voltava do trabalho e começava a apostar. Quando ganhava, apostava mais. Quando perdia, apostava de novo, tentando recuperar o que tinha perdido”, revela Roberto.
O relato de Roberto é um exemplo do ciclo vicioso que envolve muitos apostadores. Eles começam ganhando, mas as perdas acabam se acumulando, levando à insistência em tentar recuperar o dinheiro perdido, o que muitas vezes resulta em um prejuízo ainda maior. Esse ciclo de ganho e perda, acompanhado pela ansiedade de ganhar novamente, prende muitos apostadores em uma roda difícil de sair.
Roberto ainda destaca que, após um tempo, os saques começaram a ser bloqueados em algumas plataformas. “Eu ganhava, mas não conseguia mais sacar o dinheiro como na primeira vez. Foi aí que comecei a perceber que algo estava errado”.
Para esclarecer os efeitos legais e orientar os consumidores, o advogado especialista ao direito do consumidor. Daniel Magaldi explica como esses golpes funcionam e os direitos das vítimas. “Os golpes mais comuns relacionados a apostas esportivas ocorrem quando a pessoa insere dinheiro na plataforma e não consegue resgatar a quantia. Muitas vezes, ela até ‘ganha’ um pouco no início, como parte da estratégia do golpista, mas depois acaba perdendo mais do que ganhou”, alerta.
Magaldi ressalta que, em caso de fraude, há caminhos legais que podem ser seguidos. “Se o apostador conseguir comprovar que houve fraude ou que os saques foram bloqueados indevidamente, ele pode buscar a justiça por meio de ações cíveis. O grande desafio é reunir provas concretas contra os responsáveis. Contudo, já adianto que, infelizmente, a chance de conseguir recuperar o valor perdido é muito pequena.”
Ele também aborda a recente regulamentação das apostas no Brasil. “Até pouco tempo atrás, era proibido. A regulamentação é recente (Lei 14.790/23) e ainda está passando por mudanças. A ideia é que tudo esteja devidamente regulamentado e funcionando a partir de janeiro do ano que vem. Atualmente, as empresas de apostas devem pedir autorização à Fazenda e cumprir as exigências do governo. As que não se adequarem terão seus sites bloqueados.”
Por fim, o advogado explica quais são os direitos do consumidor em casos de plataformas fraudulentas. “O consumidor poderá pedir na justiça a reparação de qualquer dano que sofreu por falha na prestação dos serviços da empresa ou ato ilícito.”
No entanto, segundo o especialista, há caminhos legais que podem ser seguidos. “Se o apostador conseguir comprovar que houve fraude ou que os saques foram bloqueados indevidamente, ele pode buscar a justiça por meio de ações cíveis. O grande desafio é reunir provas concretas contra os responsáveis”, completa.
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