Uma mulher grávida de nove meses perdeu o bebê, após ser atendida e liberada por três dias seguidos na maternidade do Hospital Dr. Léo Orsi Bernardes (HLOB), em Itapetininga. Segundo relato da família nas redes sociais, mesmo apresentando dores constantes desde a quinta-feira, dia 01 de maio, a gestante foi mandada de volta para casa com medicação e sem previsão de parto imediato. A cesariana estava agendada apenas para a sexta-feira seguinte, dia 09 de maio.
Este é o segundo caso em menos de um mês envolvendo denúncias de supostas negligências médicas no HLOB. O outro caso, ocorrido em 16 de abril, também resultou no afastamento de outro profissional da saúde, conforme divulgado pela administração municipal.
Nos últimos dias, testemunhas relataram ter visto o médico do primeiro caso de volta em suas atividades no hospital, quando deveria estar afastado. Tanto a prefeitura quando a administração hospitalar relataram que o mesmo continua distante de suas funções.
No relato nas redes sociais, no domingo, após novo retorno ao hospital, a equipe decidiu realizar o parto, mas o bebê já havia inalado mecônio (fezes), o que comprometeu gravemente seu pulmão. A família afirma que houve demora na tentativa de transferência para uma unidade com suporte neonatal adequado, como Sorocaba e que a criança permaneceu um dia sem o oxigênio necessário. O bebê não resistiu.
A tragédia provocou indignação entre familiares, que responsabilizam o hospital por negligência no atendimento e pela falta de estrutura para emergências neonatais. “Se tivessem corrido com a transferência, talvez ele tivesse sido salvo”, lamentou uma parente direta da mãe da criança.
Diante da repercussão, a Prefeitura de Itapetininga divulgou nota oficial informando que o médico responsável pelo atendimento foi afastado de suas funções. A gestora do hospital, a Beneficência Nipo-Brasileira, confirmou o afastamento preventivo do profissional até a completa apuração dos fatos.
“Ressaltamos que as apurações estão sendo conduzidas de forma transparente, técnica e justa, assegurando aos envolvidos o contraditório e a ampla defesa”, diz a nota assinada pela assessoria do hospital. A prefeitura também afirmou que “não medirá esforços para que o caso seja esclarecido com rigor”.
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