O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), autorizou a abertura de licitação para a parceria público-privada em serviços administrativos e de manutenção de 33 novas escolas da rede estadual.
As empresas ficarão responsáveis pela construção das unidades, além de serviços de limpeza, manutenção predial e de equipamentos, alimentação, jardinagem, vigilância e portaria.
Jeferson Brun esteve com o governador Tarcísio e conseguiu incluir Itapetininga no novo formato das escolas estaduais.
A parceria será de 25 anos, e o governo diz que área educacional continuará sob os cuidados da Secretaria de Educação do Estado.
Conforme publicação no Diário Oficial desta terça-feira (11), as 33 escolas estão divididas em dois lotes. A capital paulista, a princípio, não foi contemplada em nenhum dos lotes.Itapetininga consta entre as 16 cidades do segundo lote.
A decisão do prefeito Jeferson Brun tem recebido críticas dos educadores da cidade.
A Executiva da Subsede de Itapetininga da APEOESP enviou ao Jornal Correio de Itapetininga, uma nota oficial sobre o assunto.
“Há mais de quatro décadas a direção da APEOESP e sua articulação sindical vem mantendo nossa identidade e mobilização permanente na defesa dos direitos da categoria, de educação pública e laica e democrática para a classe trabalhadora. E quando nós achamos que não poderia piorar, pós o governo Doria veio o Tarcísio e Feder (um do Rio de Janeiro e outro do Paraná) com o objetivo de privatizar tudo, inclusive a educação paulista como foi feito no estado do Paraná.
O argumento do governo é que a iniciativa privada é mais eficiente, mas isso não é verídico, pois o único objetivo da privatização é sempre o lucro e não qualidade da educação. Esse governador é inimigo da educação e a favor da privatização dos serviços públicos, visto que, já privatizou até a água (SABESP) quer vender imóveis do estado, como a sede do IANSP, a Pinacoteca, o Hospital Emílio Ribas, o Quartel da Rota, a sede da Assembleia Legislativa, a Fundação Casa , linhas do metrô e trens.
O objetivo é encher o bolso da iniciativa privada e ter aliados empresários para seus objetivos políticos. Para a APEOESP a privatização das escolas públicas é um absurdo. A escola pública tem que ser gratuita, laica, de qualidade e acessível a todos. A escola pública tem que ser dirigida pela direção escolar e pelo conselho da escola, com participação de professores , estudantes, funcionários , pais e mães. E jamais por empresas e grupos privados que só visam lucro.
Para se ter uma idéia, Tarcísio quer passar até a preparação das aulas , material digital, vídeo aulas e provas , por meio de inteligência artificial, sem a participação de professores, estudantes e sem garantir a inclusão digital. Outro absurdo ! O governo Tarcísio quer definitivamente acabar com os professores e a escola pública, só falta cobrar a matrícula, mensalidade, material e uniforme!”
O Jornal Correio de Itapetininga também escutou o educador Jovir José de Almeida Filho.
“A terceirização é uma conveniência na prestação de serviço sem a responsabilização direta de relação, ou seja, o empregado presta um serviço a quem não é seu empregador direto, pela conveniência de este empregador não cuidar dos direitos trabalhistas e nem do envolvimento com a dimensão humana que existe no empregado, ou seja, corta-se o serviço sem nenhuma preocupação humana, já que o empregador direto é outro.
A Educação, entre todas as áreas do investimento público, já é a mais propícia à corrupção, afinal, o superfaturamento de uma carteira, de um livro, de um software, enfim, de toda a infraestrutura, não aparece como acontece com os desvios em saúde, que são mais claramente percebidos pela falta de leitos, medicamentos e tudo o mais.
Trazer a terceirização dos serviços para a Educação é o suprassumo do desejo de desvio, de corrupção. O que o governo estadual de São Paulo já vem fazendo com os investimentos em tecnologia, de forma atropelada e sem preocupação alguma com a qualidade educacional, não é nada diferente do que acontecerá com a terceirização das escolas cívico-militares, afinal, temos um governo que se pensa tecnocrata, mas, na verdade, é um governo oportunista que tem na aprovação eleitoral do pensamento supostamente conservador uma chance de fazer toda sorte de maldades políticas, afinal, é importante ter uma educação cada vez mais precária, justamente para manter o eleitorado.”
O post Adesão de Itapetininga ao programa de terceirização de Tarcísio é criticada pela APEOESP apareceu primeiro em Correio de Itapetininga.